Introdução
A arte da Idade Média está indissociavelmente ligada à Igreja Cristã, e à mensagem do Cristianismo de uma forma militante e evangelizadora. A arte (arquitectura, escultura, pintura, etc) é como que um livro sem palavra, que de um modo directo ensina ao povo analfabeto a palavra cristã. Tal acontece também no período gótico (séculos XII a XIV), a era das grandes catedrais, das grandes cidades, e do surgimento de uma burguesia urbana e mercantilista.
Continuando a tradição do período românico, de que nos chegam hoje principalmente iluminuras de livros, a pintura gótica continua a privilegiar a simetria e estilização de figuras, onde cores, gestos e simbolismos eram mais importantes na construção narrativa que o individualismo ou o realismo. Para tal seguiam-se modelos convencionais, nos quais uma posição, ou um objecto eram mais importantes no identificar da cena, que o realismo desta. Há frequentemente uma sensação de irrealismo, com personagens a não se relacionarem com o cenário, e o espaço a não ser definido como tridimensional.
Começa, no entanto, a notar-se um caminhar em direcção a um maior rigor anatómico e realismo de texturas ou fluidez de formas. Em particular destaca-se a influência bizantina, absorvida por artistas como Giotto (o primeiro pintor conhecido a assinar as suas obras), cujos frescos denotam já um tratamento mais realista da luz espaço e perspectiva, e uma reinterpretação das cenas bíblicas de acordo com a percepção do autor, e não com modelos pré-estabelecidos. Estava dado o mote para os pintores seguintes começarem a experimentar estas inovações, mas ainda de uma perspectiva religiosa convencional.
Síntese toscana
• Cimabue (c. 1250 – dep. 1300)
• Giotto di Bondone (c. 1267 – 1336/77)
• Duccio di Buoninsegna (c. 1255 – ant. 1319)
• Simone Martini (c. 1284 – 1344)
• Pietro Lorenzetti (fl. 1306 – 1348)
• Ambrogio Lorenzetti (fl. 1317 – 1348)
• Andrea da Firenze (fl. 1346 – 1379)
Gótico internacional
• Melchior Broederlam (c. 1355 – 1410)
• Master Theodoric (fl. 1360 – 1380)
• Irmãos Limbourg (fl. 1385 – 1416)
• Wilton Dipthyc (c. 1395–1399)
• Gentile da Fabriano (c. 1385 – 1427)
Primeiro naturalismo holandês
• Robert Campin (1378 – 1444)
• Rogier van der Weyden (1399/1400 – 1464)
• Hubert Van Eyck (c. 1385/90 – 1426)
• Jan Van Eyck (1390 – 1441)
• Petrus Christus (c. 1410/1420 – 1475/1476)
Naturalismo na Europa no século XV
• Jean Fouquet (c. 1420 – 1481)
• Bartolomé Bermejo (c. 1440 – 1500)
• Conrad Witz (1400/10 – 1445/46)
• Jean Colombe (c. 1430 – c. 1493)
Gótico flamengo tardio
• Hugo Van der Goes (c. 1440 – 1482)
• Hans Memling (c. 1435 – 1494)
• Dieric Bouts (c. 1415 – 1475)
• Hieronymus Bosch (c. 1450 – 1516)
• Gerard David (c. 1460 – 1523)
Gótico alemão tardio
• Matthias Gothatdt Nithart «Grünewald» (c. 1475 – 1528)
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